terça-feira, 19 de junho de 2012

Porque amamos os doces?

Eu concordo com os nutricionistas que o café da manhã é a refeição mais importante do dia e a minha idéia do café da manhã perfeito é a de um capuccino ultra-doce com chantili e uma fatia de bolo com uma bola de sorvete por cima.

Como a maioria das pessoas eu sou uma como uma formiga, maluco por doces, e graças a deus que um workshop sobre glicociência organizado pela European Science Foundation (Fundação Européia de Ciência) ressaltou o papel vital de açúcares complexos em sistemas biológicos.

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As pesquisas estavam, é claro, falando sobre a ciência dos açúcares aplicados em coisas como funções cerebrais e o sistema imunológico, mas alguém no workshop deveria ter enfatizado sobre como os doces são necessários para a sobrevivência da nossa espécie.

Como estaríamos sem o mel, cana de açúcar, melados e xarope de milho? Deprimidos, com certeza.

Mas não é nossa culpa. É culpa de nossa herança primata.

A língua humana pode detectar quatro sabores básicos: salgado, ácido, amargo e doce. Porém os humanos são naturalmente atraídos pelo doce porque somos, biologicamente, primatas, ou seja, animais que evoluíram comendo frutas em árvores.

Os símios passam seus dias na floresta procurando por frutos maduros. Eles foram selecionados para dar preferência ao sabor doce, fruta madura ao invés de verde; frutas ácidas porque possuem maior teor de açúcar (frutose) e fornece mais energia imediata. Frutas verdes possuem também mais água, o que pode ser difícil de encontrar nas copas das árvores.

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Portanto faz sentido para os primatas, nós inclusos, haver desenvolvido o palato para coisas doces. E nós primatas conseguimos estender estas preferências além das meras frutas.

Nos anos 1990, William McGrew, que agora trabalha na Universidade de Cambrige, reportou que chimpanzés inseriam gravetos nas colméias para extrair mel. E eles sofriam para obtê-lo. Os chimpanzés também quebram a colméia com os dedos, ignorando o zunido e as picadas das abelhas furiosas e vão direto para os negócios como Winnie-the-Pooh com suas mãos dentro do vidro de mel.

Os pesquisadores também descobriram que coletar mel é um comportamento multicultural entre os chimpanzés em diferentes locais através da África. Eles utilizam ferramentas diferentes para extrair o conteúdo doce.

Com essa doce herança não é por nada que os humanos tenham mantido a tradição fora da floresta.

Nós domesticamos a cana de açúcar, uma grama tropical, e a carregamos através do globo. Os árabes espalharam a cana com o crescimento de seu império, os Cruzados retornaram com a cana para o norte da Europa e Colombo introduziu os pés de cana de açúcar no Caribe, onde ele cresceu como mato.

Uma vez que as pessoas descobriram como extrair açúcar da beterraba e do milho, que crescem em climas mais temperados, não havia retorno. Hoje, de acordo com a Sugar Knowledge International, uma organização independente de tecnologia de açúcar, nós comemos 120 milhões de toneladas de açúcar por ano, e este mercado está em expansão.

A indústria alimentícia descobriu é só colocar um pouco (ou muito) açúcar em qualquer tipo de alimento processado que nós adoramos, não importando se aquele açúcar será bom para nós à longo prazo.

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De maneira muito similar do que o símio atraído pela colméia não importando as picadas das abelhas, nós também ignoramos as conseqüentes ferroadas de dentes ruins e grossas cinturas enquanto consumimos nossa fatia daqueles 120 milhões de toneladas de açúcar.

E, aparentemente, eu gostaria de diminuir a minha cota diária antes das oito da manhã, se possível.

Fonte: http://boock.wordpress.com/2008/02/11/porque-amamos-os-doces-finalmente-uma-explicacao/
 

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