sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Fones de ouvido são tão perigosos quanto turbinas de avião


Segundo um novo estudo da Universidade de Leicester (Reino Unido), ouvir música com volume muito alto em fones de ouvido pode danificar o revestimento das células nervosas, levando à surdez temporária.

Os pesquisadores, liderados pelo Dr. Martine Hamann, afirmaram que os fones de ouvido pessoais podem chegar a níveis de ruído semelhantes aos dos motores a jato de aviões.

O estudo era sobre os efeitos de ruídos altos (acima de 110 decibéis) em uma parte do cérebro chamada núcleo coclear dorsal, que carrega sinais de células nervosas do ouvido para as partes do cérebro que decodificam e dão sentido aos sons.

Ruídos altos já são conhecidos por causar problemas de audição, como surdez temporária e zumbido nos ouvidos, mas o estudo também descobriu que eles causam dano celular subjacente.

As células nervosas que transportam sinais elétricos das orelhas para o cérebro tem um revestimento chamado de “bainha de mielina”, que ajuda os sinais elétricos a viajarem ao longo da célula. 

A exposição a ruídos altos pode danificar ou destruir as células deste revestimento, interrompendo os sinais elétricos. Isto significa que os nervos não conseguem transmitir eficientemente informação das orelhas para o cérebro – você não escuta direito.

Porém, esse revestimento pode se regenerar, ou seja, as células podem voltar a funcionar. Isso significa que a perda de audição pode ser temporária.

“Nós agora entendemos por que a perda de audição pode ser reversível em alguns casos. Geralmente, efeito é reversível após três meses”, explica o Dr. Hamann.



Fonte: http://hypescience.com/fones-de-ouvido-sao-tao-perigosos-quanto-turbinas-de-aviao/

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Curiosidade: Números pares e ímpares


Lá pelos 1000 anos a.C., os chineses representaram os números combinando círculos brancos e círculos pretos. Os brancos representavam números ímpares e os pretos, números pares.

Tais métodos também encontram entre os gregos, principalmente os Pitagóricos (discípulos de Pitágoras). Estes chamavam os números pares de “fêmeas”, e os ímpares de “machos” (com exceção do 1). O número 1 não era um número, mas o elemento formador de todos os outros números.

É interessante dentro da concepção dos números ímpares como sendo números machos, a dos números “afeminados”. Todo número ímpar que não fosse primo era considerado “afeminado”, como por exemplo, os números 9, 15, 25, etc. A razão disso se achava na representação por meio de círculos. O número cinco, por exemplo, não era “afeminado”, pois podia ser obtido do “casamento” de um macho com uma fêmea, conservando-se a posição pré-estabelecida dos círculos. Já o nove não podia ser obtido de um “casamento” perfeito entre macho e fêmea.

Não se podia dizer que o nove resultava do casamento do 3 (macho) com o 6 (fêmea), pois não representava o três, embora os círculos representassem o 6. 4 Aliás, o 5 representava o primeiro “casamento” perfeito, por isso o 5 representava o “matrimônio”. O seis por sua vez era o frio. Existiam os números perfeitos, cujos fatores inteiros, somados, reproduziam o próprio número, como no caso do 6, pois seus fatores 1, 2, 3, somados 1 + 2 + 3 = 6, ou o 28 = 1 + 2 + 4 + 7 + 14.

Fonte: http://historiadosnumeros.blogspot.com.br/2008/08/curiosidade-nmeros-pares-e-mpares.html

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Por que você não consegue fazer cócegas em si mesmo?

Você pode até tentar fazer cócegas em si mesmo, mas não vai ter a menor graça, certo? Porque será que não conseguimos nos fazer rir com nosso próprio toque?

Existem algumas sugestões científicas para a situação. Uma delas, feita por pesquisadores britânicos em 2006 e publicada na revista PLOS Biology, se refere ao fato de nossos cérebros estarem programados para sintonizar estímulos previstos, incluindo percepções táteis que resultam do nosso próprio movimento.

Segundo Randall Flanagan e Daniel Wolpert, nós podemos “prever” sensações autogeradas, e com isso evitar as consequências sensoriais esperadas de nossas ações. Ou seja, nós sabemos que estamos prestes a nos dar cócegas, então não vamos senti-las.

Esse mecanismo é fundamentalmente diferente do que os pesquisadores chamam de “processo pós-distintivo”, no qual a sua percepção de estimulação é alterada somente após o evento ser autogerado. A ideia aqui é que nosso corpo constantemente prevê o que está prestes a experienciar, para agir de acordo.

Mas porque nós sentimos cócegas, em primeiro lugar?

Segundo teorias, a cócega pode ter evoluído para melhorar a nossa percepção de sensações causadas externamente.
  • Fazer cócegas pode ter um propósito evolutivo
Isso, aliás, implica que cócegas não podem ser autoimpostas. Se você encostar no seu próprio corpo, ele é programado para ignorar isso. Por quê? Porque ele está muito mais ocupado se preparando para lidar com estímulos externos inesperados.



Fonte: http://hypescience.com/por-que-voce-nao-consegue-fazer-cocegas-em-si-mesmo/

terça-feira, 28 de agosto de 2012

A mulher que precisava ficar de cabeça pra baixo

Ao chegar ao hospital, o Dr. Louis F. Janeira, eletrofisiologista cardíaco, achou que seria um dia como outro qualquer. Até que ouviu os gritos do segurança de “Ponha ela no chão!”. O médico foi correndo ver o motivo do alarde, e, naquele momento, percebeu que a rotina passaria longe de seu dia: viu um homem de mais de 2 metros de altura segurando uma pequena mulher de cabeça pra baixo. “Preciso segurá-la assim”, insistiu.

O segurança achou um absurdo e tentou libertar a mulher, enquanto a multidão assistia. Para evitar que alguém se ferisse, Dr. Janeira pediu que todos se acalmassem e tentou entender a situação.

O gigante, Jason, era marido da pequena senhora de 60 e poucos anos, Mary. No dia anterior, Mary deu entrada no hospital, pois estava com seu ritmo cardíaco perigosamente baixo (40 batidas por minuto, sendo que o normal seria entre 60 e 80), causando desmaios constantes. Não fosse por uma operação de emergência, na qual o médico implantou um marca-passo em Mary, a situação teria se agravado.

“Não esperava ver você tão cedo”, disse ele, logo que se lembrou da paciente. Ela tivera alta pela manhã e, segundo o casal, tudo estava bem até meia hora atrás, quando Mary desmaiou. Jason a colocou na cama e, depois de quatro tentativas, percebeu que ela não conseguiria se manter em pé: bastava se erguer um pouco e desmaiava novamente. Apenas de cabeça para baixo Mary conseguia manter a consciência.

Diagnóstico urgente

Sem demora, o médico começou a imaginar os vários diagnósticos possíveis. Talvez uma obstrução estivesse impedindo o fluxo de sangue, ou a pressão estivesse tão baixa que o coração não era capaz de bombear sangue até o cérebro. Reação alérgica, choque anafilático, desidratação, tamponamento cardíaco (acúmulo de líquido em torno do coração, a ponto de atrapalhar os batimentos)… eram muitas causas possíveis.

Mais estranho ainda era o fato de o recém-implantado marca-passo não ajudar. O aparelho, composto por um gerador de corrente e um fio, é capaz de estimular o coração a bater corretamente, e raramente falha: segundo dados do St. Jude Medical, um dos maiores fabricantes de marca-passos dos Estados Unidos, apenas 97 de 220 mil de seus aparelhos apresentaram problema de desconexão em 30 dias após o implante. Parece que era o caso de Mary.

Ainda carregada por seu marido, ela foi levada até a sala de cirurgia para uma nova intervenção, na qual o marca-passo seria reconectado. Como injeções de epinefrina (substância que acelera os batimentos cardíacos) não surtiam efeito, o procedimento foi feito com Mary pendurada de cabeça pra baixo.

No dia seguinte, Dr. Janeira recebeu novamente a paciente, mas desta vez ela estava de pé e fora agradecer pelo apoio e mostrar que a cirurgia havia sido um sucesso. Com a promessa de fazer revisões em seu marca-passo a cada três meses, ela saiu do hospital, dessa vez caminhando ao lado de seu gigantesco marido.

Fonte: http://hypescience.com/a-mulher-que-precisava-ficar-de-cabeca-pra-baixo/

sábado, 25 de agosto de 2012

Um gato pode ter duas cores bem distintas?

Vênus, a bizarra gata quimérica


Viu que diferente? Isso porque ela é, supostamente, uma quimera (o termo significa figura mística caracterizada por aparência híbrida de dois ou mais animais). 

Vênus é uma fêmea de três anos e se destaca pelo aspecto bizarro de sua face, que é divida exatamente no meio. O lado direito é coberto de pelos pretos, e a outra face é de um castanho manchado. A estranha face é completa com a heterocromia: Vênus tem os olhos com cores diferentes.

Adotada em 2009 em uma fazenda de laticínios na Carolina do Norte (EUA), Vênus é o resultado de uma fusão de embriões, e tem o código genético de dois gatos. Pode-se dizer que Vênus é sua própria irmã ou, como diz o site Geeokologie, ela é seu próprio gêmeo fraterno (não idêntico). Embora o quimerismo seja raro, acontece até com lagostas.

A dona de Vênus por enquanto permanece anônima, mas não poupa elogios à gatinha, afirmando que ela é gentil, amorosa, e que, apesar de ter 3 anos, continua miando como um filhote. As fotos da gatinha feitas pela “mamãe” viraram furor na internet, e a página da mesma no Facebook já ganhou mais de 10.000 Curtir (e continua ganhando).

Fonte: http://hypescience.com/venus-a-bizarra-gata-quimerica/

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Substância no cérebro libera sentimento de prazer quando ouvimos música

Para o cérebro, as pessoas gostam de música pela mesma razão que gostam de comer: todas essas ações o fazem liberar uma substância química que dá prazer. O novo estudo descobriu que a substância do cérebro envolvida nesse prazer – a dopamina – faz as pessoas sentirem tanto a antecipação de um momento musical particularmente emocionante, como uma excitação por causa dele.

A dopamina normalmente ajuda as pessoas a sentirem prazer quando comem, por exemplo, mas também ajuda a produzir euforia a partir de drogas ilegais. Ela é ativa em determinados circuitos do cérebro.

Para testar o papel da substância no prazer de ouvir música, os pesquisadores exploraram o cérebro de 8 voluntários, escolhidos porque sentiram arrepios em momentos particulares de algumas peças de música preferidas. 

Os resultados sugerem que as pessoas que gostam de música, mas não sentem “calafrios”, também experimentam os efeitos da dopamina. Porém, essa característica permitia que os cientistas estudassem melhor como o cérebro lida com a antecipação e a chegada de um “prazer musical”.

O estudo utilizou apenas música instrumental, mostrando que vozes não são necessárias para produzir a resposta da dopamina. Outros trabalhos deverão estudar como as vozes contribuem para o efeito de prazer.
Os cérebros dos participantes bombearam mais dopamina ao escutar músicas favoritas. A dopamina subiu em uma parte do cérebro chamada estriado, durante os 15 segundos que antecederam um momento emocionante, e apareceu em uma parte diferente quando o momento musical finalmente chegou.

Os pesquisadores dizem que isso faz sentido: a área ligada à antecipação se conecta com as partes do cérebro envolvidas com “fazer previsões” e “responder ao ambiente”, enquanto a zona de reação ao momento máximo em si está ligada ao sistema límbico do cérebro, envolvido na emoção.

Uma dúvida dos cientistas que os cientistas querem esclarecer é, como os participantes já conheciam as peças musicais que escutaram, não foi possível saber se a reação de antecipação veio da memória ou de um sentimento natural que as pessoas desenvolvem conforme a música se desenrola.

A ligação com a dopamina também ajuda os pesquisadores a explicar porque a música é tão amplamente popular entre as culturas. E ela não é a única experiência cultural que afeta os circuitos de recompensa do cérebro. Outros pesquisadores mostraram recentemente a mesma ligação quando pessoas estudam obras de arte.

 Fonte: http://hypescience.com/substancia-no-cerebro-libera-sentimento-de-prazer-quando-ouvimos-musica/

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Airpod: carro movido a ar comprimido gasta R$ 1,25 a cada 100 km


 
A empresa indiana Tata Motors vai lançar um veículo chamado Airpod que se move usando ar comprimido.
Não. O carro não se move através de um jato de ar que o empurra para frente. Na verdade, ele é equipado com motores pneumáticos que utilizam ar pressurizado para conduzir pistões. 

A ideia é bastante ecológica, já que não se utiliza de nenhum combustível que fere o meio ambiente. Também é muito interessante do ponto de vista financeiro: seu tanque pode armazenar 175 litros de ar (que um motorista pode abastecer em um posto especializado ou através da ativação de um motor elétrico a bordo que suga o ar), coisa que custa apenas um euro (cerca de R$ 2,50, no câmbio atual), e dura cerca de 200 quilômetros.

A desvantagem? Bom, nem todo mundo aprecia a aparência do carro. Seguindo a tendência dos SmartCar, ele é bem pequeno e parece um inseto, o que alguns acham fofo, e outros acham indecente. Além disso, dentro do veículo só cabem três pessoas, e uma delas fica de costas, o que não parece muito amigável. Por fim, parece que o Airpod ainda não é muito estável (o que seria desejável em estradas mais “conturbadas”).




Produção e comércio

A tecnologia de ar comprimido para mover carros não é uma ideia nova: tem sido experimentada desde pelo menos 1840, quando os franceses Andraud e Tessie testaram um veículo do tipo em uma trilha. Porém, só agora uma gigante do setor automobilístico resolveu levar o conceito a cabo.

A Tata Motors está utilizando motores da empresa MDI, de Luxemburgo, que pesquisa e desenvolve ferramentas com tecnologia de automação do ar por mais de duas décadas.

A companhia comprou os direitos da MDI na Índia há cinco anos, mas o projeto se mostrou mais complicado do que o esperado.

Enfim, em maio desse ano, a Tata Motors anunciou que havia concluído a “primeira fase” do AirPod com sucesso, testando os motores em dois veículos. 

O carro está agora na fase 2 de teste, para polir a tecnologia, antes de um lançamento comercial.
O Airpod parece alcançar 64 km/h e ainda não tem preço definido. Feio ou não, zero poluição e R$ 1,25 por 100 km são argumentos mais do que suficientes para garantir seu sucesso de venda.

Video:

 

Fonte: http://hypescience.com/airpod-carro-movido-a-ar-comprimido-gasta-r-125-a-cada-100-km/

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Animal microscópico é mais resistente que super-heróis



O primeiro ser vivo a visitar o espaço não foi um cosmonauta, e sim um cachorro. Laika, uma Husky Siberiana, partiu para orbitar a Terra a bordo do Sputnik II, nave soviética lançada em 1957. Apesar de ter falecido na aventura, a cadela mostrou que os seres vivos podiam, sim, aguentar os efeitos da microgravidade. 

A pioneira Laika, no entanto, ficou protegida na cápsula espacial. Os cientistas sempre assumiram que seria impossível um animal sobreviver exposto diretamente ao espaço. Essa façanha seria obtida apenas 50 anos depois da aventura de Laika, por um bichinho do qual nem todo mundo ouviu falar: a Tardigrada.

Na última segunda-feira, a Nasa mandou uma colônia deste pequeno animalzinho para fora do planeta, afim de estudar como um organismo pode manter a vida sob tais condições adversas.

“O animal mais resistente do mundo”

Este invejável título informal foi atribuído a Tardigrada não por acaso: também chamado de “urso d’água”, o bicho semelhante a um artrópode, cujo tamanho varia entre 0,3 e 0,5 milímetros, é pródigo em se adaptar a ambientes desfavoráveis.
A Tradigrada suporta temperaturas superiores a 150° C e inferiores a 200° C negativos, pressão equivalente a 6.000 mil vezes a atmosfera terrestre ou o vácuo absoluto, e radiação até mil vezes superior do que um ser humano pode receber. 

Na Terra, a Tardigrada habita qualquer ambiente úmido em diferentes graus, desde o fundo dos mares tropicais até a neve no topo das geladas cordilheiras, a mais de 5.000 metros de altura. Havendo umidade, o animalzinho se adapta com facilidade ao ambiente. Não havendo, tem a capacidade de praticamente desligar seus processos biológicos, num estado de semimorte, mas sobrevive.

E este dispositivo é acionado quando a Tardigrada é exposta ao espaço. O metabolismo cai a 0,01% da sua intensidade original e a taxa de água no corpo é diminuída em cem vezes. Para sobreviver, ela se desidrata quase completamente. Em 2007, uma colônia de Tardigradas foi exposta ao espaço por dez dias, e todas voltaram vivas para contar a história: um marco.

A nova missão

O sucesso da sobrevivência das Tardigradas em 2007, em missão coordenada pela Agência Espacial Europeia, empolgou os cientistas. 

Desta vez, é a Nasa que vai levar os “ursos d’água” para um passeio a bordo da nave Endeavour, que voou pela última vez em 2011. 

Em sete diferentes experimentos, os pesquisadores pretendem testar a adaptabilidade biológica das Tardigradas no espaço, e descobrir mais precisamente quais são os processos celulares e moleculares envolvidos nas mudanças que o animal sofre para não morrer. 

Embora elas tenham passado apenas dez dias no espaço na missão de 2007, cientistas calculam que uma Tardigrada poderia sobreviver durante anos sob os rigores de temperatura, pressão e vácuo total que o espaço oferece. Seria vital, portanto, entender como isso é possível.


Fonte: http://hypescience.com/animal-microscopico-e-mais-resistente-que-super-herois/

sábado, 11 de agosto de 2012

Afinal de contas, por que Marte é vermelho, mesmo?

Agora que a nave Curiosity conseguiu pousar com segurança em Marte, podemos esperar uma inundação de fotos avermelhadas. Mas por que mesmo o planeta vermelho é vermelho?
A resposta mais simples e óbvia é que Marte é vermelho por que o regolito, ou a poeira que cobre o planeta, é rica em óxido de ferro, ou ferro “oxidado”, o mesmo elemento que também dá a cor avermelhada ao sangue. Mas esta resposta levanta outras três: por que Marte é rico em ferro? Por que este ferro está oxidado? E por que o ferro oxidado tem esta coloração avermelhada?
  • Se o sangue é vermelho, porque vemos as veias azuis?
Tudo começou 4,5 bilhões de anos atrás, quando o nosso sistema solar ainda estava em formação. Cada planeta recebeu sua dose de poeira ferrosa. Na Terra, a maior parte do ferro acabou afundando quando o planeta estava mais líquido, e formou o núcleo que é hoje responsável pelo nosso forte campo magnético.
Já em Marte a coisa é diferente. O planeta é menor, e talvez a gravidade menor seja responsável pelo ferro não afundar tão rapidamente. O núcleo formado é pequeno, e o resto do planeta é rico em ferro.
Isso explicaria a riqueza de ferro, mas por que a cor vermelha? Originalmente, o ferro é preto. Mas se ele for exposto a oxigênio suficiente, ele se torna óxido de ferro III, uma molécula composta de dois átomos de ferro e três átomos de oxigênio. O que nos leva a mais uma pergunta: como é que tanto oxigênio combinou-se com ferro, em Marte?




E para esta pergunta ainda não há uma resposta definitiva. De certo, só sabemos que algum tipo de intemperismo gradualmente oxidou o ferro em Marte, mas será que foram as chuvas marcianas que oxidaram o ferro? Ou foi o sol, quebrando os componentes da atmosfera marciana em oxidantes como o peróxido de hidrogênio e ozônio, que causou a lenta oxidação durante os bilhões de anos que se passaram? Ou será que a teoria sugerida em 2009, que as tempestades marcianas foram quebrando os grãos de sílica, e expondo sua superfície rica em oxigênio ao contato com o ferro?
  • Seu azul é meu vermelho: as pessoas não veem as mesmas cores
Enquanto ninguém souber a resposta certa, a cor avermelhada de Marte será, de certa forma, um mistério. Seja lá como foi que aconteceu, a cor avermelhada deve-se, em última análise, ao fato do óxido absorver os comprimentos de onda azuis e verdes, e refletir os comprimentos de onda vermelhos.
E graças a esta cor sanguínea, visível a dezenas de milhões de quilômetros de distância, o planeta está ligado ao nome do deus romano da guerra – Marte. Outras civilizações também nomearam o planeta pela sua característica mais marcante. Os egípcios o chamavam de “Her Desher”, ou “o vermelho”, enquanto os astrônomos chineses antigos chamavam-no de “a estrela de fogo”.[MSNBC]


Fonte: http://hypescience.com/afinal-de-contas-por-que-marte-e-vermelho-mesmo/

domingo, 5 de agosto de 2012

Cupins idosos se transformam em bombas químicas para defender cupinzeiro

Quando se trata de insetos, muitos deles têm vidas bastante complexas. Chamamos esses insetos, que vivem em sociedade, de “insetos sociais”. Diversas espécies de insetos se destacam pela organização de seus indivíduos, sendo os mais “famosos” as abelhas e as formigas.

Menos conhecidos, os cupins, que pertencem à ordem Isoptera, também vivem em sociedades altamente organizadas. Eles trabalham bastante, e em conjunto, para o funcionamento da colônia.

Assim como as formigas, os cupins usam bastante a boca durante as suas vidas, para funções como cortar folhas. Ao longo do tempo, a boca (as peças bucais) desses insetos se desgasta, perdendo sua afiação, e, consequentemente, os cupins mais velhos se tornam menos úteis para a sociedade.

Ou essa era a conclusão até pouco tempo atrás. Isso porque pesquisadores descobriram que os cupins mais velhos podem ser tão úteis quanto os mais novos, só que eles mudam de função: em vez de “operários”, se tornam “especialistas em arma química”, para segurança de sua sociedade.

Com algumas espécies de formiga, o mesmo ocorre: ao longo do tempo, as lâminas afiadas das formigas jovens se desgastam, e elas tendem a mudar de função – de cortar folhas a transportar as folhas cortadas por seus colegas mais jovens.

Mas o cupim estudado pelos cientistas pensou em algo mais emocionante do que ser um mero burro de carga: ser um suicida em prol da “pátria”.

Se alguma espécie de cupim concorrente confrontar outra, os animais mais velhos vão explodir, liberando uma substância pegajosa tóxica de suas costas.

Os pesquisadores descobriram isso quando perceberam que um subconjunto de insetos tinha listras azuis em suas costas, e eram muito mais propensos a romper (explodir) e liberar uma substância tóxica ao menor estímulo de um cupim inimigo.

Em seguida, os cientistas notaram que as mandíbulas desses animais que explodiam mais rápido estavam desgastadas pelo tempo. Conforme elas se desgastavam, a quantidade de corante azul aumentava.

A conclusão é de que a substância tóxica é lentamente produzida ao longo da vida do animal, e se acumula gradualmente nas costas do inseto. A “gosma azul” liberada pelos velhos é mais tóxica do que o líquido branco solto de cupins mais jovens, então, valorizando seu “exército jovem”, os cupins preferem enviar os mais velhos “à guerra”.

Do ponto de vista evolutivo, como eles não trabalham tão bem quanto antigamente, explodir em uma espuma azul muitas vezes é o máximo que eles podem fazer pela sua colônia.

Fonte: http://hypescience.com/cupins-idosos-se-transformam-em-bombas-quimicas-para-defender-cupinzeiro/

sábado, 4 de agosto de 2012

Quais as 10 doenças que mais matam no mundo?

Já parou para pensar qual seria a doença mais mortal de todas? Não há uma resposta simples para essa pergunta: depende muito do sistema de saúde de cada país. Além disso, não é sempre que se descobre o que levou à morte de uma pessoa, o que diminui a precisão dos dados.

Ao analisar as 57 milhões de mortes registradas no mundo em 2008, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que uma parte considerável foi causada por doenças cardíacas isquêmicas: 7,25 milhões (12,8%) dos casos, o que as colocou em 1º lugar na média mundial. Porém, nos países de baixa renda, essas enfermidades ficaram em 4º lugar: a principal causa de morte foram infecções respiratórias, responsáveis por 1,05 milhão (11,3%) nesses países, seguidas por doenças que provocam diarreia (8,2%) e complicações causadas por Aids (2,7%).

Ainda segundo o relatório da OMS, nos países de baixa renda apenas uma em cada cinco pessoas vive até os 70 anos (contra dois terços nos países “ricos” e quase metade nos países de média renda). Outro dado preocupante: o tabagismo (e suas complicações) foi responsável pela morte de um em cada dez adultos em 2008 – e vale ressaltar que, muitas vezes, o cigarro é uma “causa escondida” de várias doenças apontadas no estudo.

Uma comparação curiosa: se essas 57 milhões de pessoas que morreram em 2008 fossem representadas por um grupo de mil pessoas, 159 viriam de países de alta renda, 677 pessoas viriam de países de média renda e as demais (163), de países de baixa renda. De acordo com o relatório, estudar as principais causas de morte no mundo e em determinados grupos de países é importante para ajudar no desenvolvimento de assistência de saúde à população.

A seguir, confira as dez maiores causas de morte em 2008, seguidas pela porcentagem de casos:
  1. Doenças cardíacas isquêmicas: 12,8%;
  2. Derrame e outras doenças neurovasculares: 10,8%;
  3. Infecções respiratórias: 6,1%;
  4. Doenças de obstrução pulmonar crônica: 5,8%;
  5. Doenças que causam diarreia: 4,3%;
  6. HIV/Aids: 3,1%;
  7. Câncer de traqueia, brônquios e pulmões: 2,4%;
  8. Tuberculose: 2,4%;
  9. Diabetes mellitus: 2,2%;
  10. Acidentes de trânsito: 2,1%.


Fonte: http://hypescience.com/as-10-doencas-que-mais-matam-no-mundo/

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Descalço ou com tênis: qual é a melhor forma de correr?

Esse debate antigo parece não ter fim: afinal de contas, a ciência um dia poderá dizer qual opção é a melhor? Ainda não sabemos, porque a resposta a essa velha pergunta continua sendo um tanto quanto subjetiva.
Cada vez mais vemos pesquisas que afirmam que correr descalço tem suas vantagens – algumas chegam a dizer abertamente que é melhor do que correr com tênis.
O centro dessa discussão é na forma como os pés tocam o chão quando estão descalços ou quando estão com tênis.
A ideia é de que o tênis especializado para corrida, ou seja, indicado para corredores, é feito para amortecer certos impactos. O primeiro contato com o chão quando estamos usando tênis costuma ser com o calcanhar, e isso gera um impacto de força transiente, que significa que é como se o corpo todo parasse por um milésimo de segundo para depois continuar a pisada. Poucos corredores batem o pé por inteiro no chão ou começam a pisada pela parte da frente do pé.
Exceto quando correm descalços. Nesse caso, o primeiro contato é feito com a planta do pé para depois pisar com o calcanhar. Com isso, alguns cientistas defendem que o reflexo na musculatura de quem corre dessa maneira é cerca de três vezes menor no primeiro momento do contato no chão do que o de quem usa tênis com amortecimento.
A pisada com os tênis mais baixos (usados por corredores leves e de elite) já é mais semelhante à pisada com os pés descalços, porque os pés tendem a controlar melhor o movimento de transição para minimizar o impacto, já que os tênis são menos acolchoados.
Outro estudo famoso feito pelo biólogo da Universidade de Harvard (EUA) e corredor Daniel Lieberman, publicado na revista Nature, também concluiu que correr descalço “parece ser” melhor para os pés, produzindo muito menos estresse de impacto em comparação a calçados de corrida especiais.
Mas existem pesquisas que vêm na contramão: um estudo recente publicado no jornal Medicine & Science in Sports & Exercise fez vários testes e concluiu que correr descalço não é eficiente, pois usa quase 4% mais energia em cada passo do que correr com tênis. Ao correr descalço, a força gerada quando o pé atinge o solo é transferida para os músculos das pernas e o organismo exige uma energia extra, aumentando o custo metabólico da atividade. Já os novos modelos de tênis, levíssimos, evitam esse desgaste metabólico por causa do efeito de amortecimento.

E agora, José?

A fama de que correr descalço é bom foi alimentada principalmente por casos de sucesso, como o de Abebe Bikila, o etíope que ganhou a maratona dos Jogos Olímpicos de Roma em 1960 correndo descalço. Zola Budd, a sul-africana que disputou os 3.000 metros das Olimpíadas de Los Angeles em 1984 descalça, e Jorilda Sabino, que chegou ao pódio da São Silvestre de 1983 a 1985 correndo descalça se juntam ao time dos sem sapato.
Apesar desses bons exemplos, ainda é muito difícil definir se correr descalço é melhor ou pior do que correr calçado porque não existem registros suficientes de lesões em pessoas que correm descalças, por exemplo.
“A pesquisa realmente não é conclusiva sobre se uma abordagem é melhor que a outra. Mas o que fica claro é que é realmente uma questão de desenvolver uma boa forma de correr e aderir a ela, sem mudá-la de repente”, opina Carey Rothschild, instrutora de fisioterapia da Universidade Central da Flórida, em Orlando (EUA).
Ela já pesquisou lesões que ocorreram em pessoas correndo com ou sem sapatos. Tentando chegar ao fundo da controvérsia, Carey descobriu que a maioria das pessoas começou a correr descalça na esperança de melhorar o desempenho e reduzir suas lesões. Ironicamente, aqueles que nunca tentaram correr descalços disseram que tinham medo de que isso poderia causar lesões e piorar seu desempenho.

As desvantagens e as desvantagens

A pesquisa de Carey mostrou que existem riscos em correr seja descalço ou calçado.
Corredores descalços tendem a pousar no meio do pé ou antepé ao contrário de no calcanhar, o que um bom tênis tenta amortecer. Correr descalço, portanto, tende a provocar mais fraturas de tensão na parte da frente dos pés.
Mas os corredores que usam tênis também podem sofrer de tudo, desde lesões no joelho a problemas no quadril, relacionados ao estresse repetido da força de impacto no calcanhar. “Não existe uma receita perfeita”, disse ela.
Como a tendência de correr descalço está aumentando, Carey sugere que as pessoas façam exames físicos e avaliação biomecânica com um fisioterapeuta ou profissional treinado antes de correr, além de passar gradualmente aos pés descalços.
“Seu corpo não pode alterar automaticamente a sua marcha”, disse a fisioterapeuta. “Mas há maneiras de tornar essa transição mais suave, com menor risco de lesões”. Uma delas é usar tênis mais baixos, além de calçados que mais se assemelham a meias ou luvas para os pés antes de correr descalço.
Carey acredita que correr descalço, em si, não é nem bom nem ruim. Como com a corrida com sapatos, formação adequada e condicionamento são essenciais. No entanto, há uma advertência: quem tem deformidades ou doenças que gerem uma falta de sensibilidade nos pés deve evitar correr descalço, porque pode não sentir lesões resultantes de correr em superfícies duras.

Fonte: http://hypescience.com/descalco-ou-com-tenis-qual-e-a-melhor-forma-de-correr/

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Dermatobia: Que BICHO é esse?

 Retirado do site: http://diariodebiologia.com/2010/02/que-bicho-e-o-berne-como-ele-vai-parar-na-pele-das-pessoas/
“Oi Karlla! Estou enviando fotos que tirei de uma larva… Essa larva estava dentro de um machucado (!!!), e foi retirado como se fosse uma espinha . Estou horrorizada até agora, pois nunca tinha visto isso antes. Queria saber: que bicho é esse? O que isso iria virar se ainda tivesse dentro do ferimento??? Repare que tem um ferrãozinho na frente… a parte de trás é o que ficava aparente no machucado.” Borboleta Marinha


Pois é Borboleta, realmente parece algo assustador!. “Isto” é  a fase larval de uma mosca da família Oestridae, chamada “Dermatobia hominis” (mosca do berne ou mosca varejeira). Antigamente era mais comum os casos de berne (dermatobiose) em humanos, felizmente hoje em dia, os casos parecem cada vez mais raros.


O grande problema é seu ciclo de vida. Para que se torne adulta é preciso que sua larva se alimente de tecido de animais de sangue quente (aves e mamíferos), isso inclui os seres humanos como um dos seus pratos preferidos. Assim que se torna adulta, seu principal objetivo é se reproduzir o quanto antes!

Mas como ele vai parar na pele das pessoas? Bem, assim que as fêmeas da “mosca do berne” tem seus ovinhos fecundados, sai em busca de uma tarefa difícil: elas procuram por outros artrópodes que se alimentam de sangue (carrapatos e mosquitos, por exemplo) para que funcionem como “carona” para seus ovos. Elas fazem a postura no corpo dos mosquitos e carrapatos para que no momento em que forem se alimentar do sangue dos animais, os ovos possam estar no local ideal para o desenvolvimento das larvas. É como se pegassem mesmo carona no corpo dos mosquitos, literalmente!

Uma vez na pele do animal (ou humano), os ovos eclodem e as larvas ficam livres. É claro que elas são muito pequenas e normalmente passam despercebidas. Através de uma ferida ou pelos folículos pilosos elas penetram e permanecem na camada subcutânea da pele. O corpo do indivíduo infectado reage à presença do parasita, aumentando a sua contagem de células brancas do sangue, e isso muitas vezes faz com que a ferida para secretar pus. Enquanto isso, a larva se alimenta constantemente, respirando pelo buraquinho formados pelas pústulas. Elas podem permacer ali de 5 a 10 semanas!

Assim que atingem seu útlimo estágio de desenvolvimento, elas precisam deixar o corpo do hospedeiro, pois seria muito estranho se saísse uma mosca de dentro na nossa pele, não é? Elas então, geralmente durante a noite para evitar desidratação, saem pelo orifício para caírem no solo onde formam uma pupa (tipo um casulo de borboleta) e somente em depois de cerca de um mês é que o adulto emerge e saem a procura do parceiro para começar tudo de novo.

É claro que este ciclo só se completa nos animais, pois é um processo muito dolorido para o hospedeiro e toda vez que uma pessoa é infectada, na primeira oportunidade dá um jeito de arrancar a larva da pele antes que ela cresça muito! Mas acredite: alguns pesquisadores já tentaram criar uma “larva-pet” em seus próprios corpos para estudarem este processo mais diretamente. Tem doido pra tudo!