quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Por que temos vontade de amassar coisas fofas?


É uma reação estranha: vemos uma coisa fofa – um bicho fofo, um bebê fofo – e cresce dentro de nós uma vontade de morder, beliscar, fazer em pedaços aquela coisinha indefesa e inocente. Por que queremos “amassar” coisas que achamos tããão bonitinhas? Esta reação paradoxal recebeu o nome de “agressão fofa” pela estudante de psicologia Rebecca Dyer, da Universidade Yale (EUA).

Para entender como funciona esta reação, Rebecca e sua equipe apresentaram fotos a 109 pessoas, que foram classificadas como “fofas”, “engraçadinhas” e “neutras”. Os participantes tinham que dizer como se sentiam sobre as fotos, com frases como “eu não consigo aguentar tanta fofura, eu quero morrer”, ou se queriam agarrar e apertar alguma das coisas nas fotos, ou simplesmente dizer “grrrr”. Quanto mais fofo o bichinho da foto, mais agressiva era a resposta. Para saber se a resposta era só verbal, os participantes fizeram outro teste, em que recebiam um pedaço de plástico-bolha, e viam um slideshow de fotos do mesmo tipo (fofas, engraçadinhas e neutras).

Enquanto estouravam em média 80 a 100 bolhas vendo imagens engraçadinhas ou neutras, quando apareciam imagens fofas cerca de 120 bolhas davam adeus a este mundo. Uma das hipóteses de Dyer é que, ao ver uma imagem de algo fofo, nosso primeiro impulso é querer cuidar desta coisa fofa, mas como a foto não nos deixa dar vazão a estes sentimentos, ficamos frustrados, e daí vem a agressão. Outra explicação é que quando temos uma exposição excessiva a uma coisa tão boa, isto acaba se tornando negativo, como chorar de felicidade. Talvez dar um viés negativo seja uma forma inconsciente de regular a energia disparada pelas imagens de coisas fofas. 

Fonte: http://hypescience.com/por-que-temos-vontade-de-amassar-coisas-fofas/

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Por que cortar o rabo de seu cachorro é uma péssima ideia?


 Existem várias maneiras dos seres humanos compreenderem as intenções e sentimentos dos cães: através de seu latido, da maneira como inclinam a cabeça, do movimento de suas patas dianteiras, e, é claro, da abanação frenética de sua cauda

A maioria dos proprietários de cães sabe ler seus companheiros caninos muito bem, graças a esses sinais. Não é nenhuma surpresa, portanto, que a prática de cortar a cauda de cães (caudotomia) tenha um efeito profundo sobre sua capacidade de se comunicar – e não só conosco, mas também (e principalmente) com outros cães.
 
Um estudo recente publicado na revista PLOS notou que a falta de uma cauda longa pode afetar seriamente a vida social de um cão. Segundo a autora Emily Anthes, esse procedimento bárbaro de cortar vários centímetros da cauda de um cachorro, muitas vezes sem anestesia, pode também dificultar a sua capacidade de transmitir suas intenções para outros cães.

Anthes reviu uma pesquisa conduzida por biólogos da Universidade de Victoria, do Canadá, em que os cientistas procuraram por anomalias comportamentais potenciais causadas pelo comprimento da cauda de um cão.
Os pesquisadores usaram um cão robótico caracterizando ou uma cauda longa ou curta, e o expuseram a 492 cães em um parque

Além do comprimento da cauda variável, o cão robótico foi feito para abanar a cauda ou mantê-la parada. Assim, há quatro diferentes condições em que o cão robótico foi apresentado a seus “colegas”: cauda curta parada, cauda curta abanando, cauda longa parada e cauda longa abanando. Os pesquisadores documentaram e estudaram as várias maneiras que os cães sem coleira interagiram com o cão robô.

A primeira coisa que eles notaram foi que os cães menores quase sempre se aproximavam com cautela do cão robô. Já entre cães de tamanhos iguais ou maiores, diversos comportamentos interessantes surgiram
Estes cães eram mais propensos a se aproximar do modelo robótico quando ele tinha uma cauda longa em movimento. Nesse caso, eles interagiram com o robô 91,4% do tempo. 

Isso faz sentido porque a longa cauda era flexível: o movimento simulado pareceu se assemelhar ao de uma cauda balançando de um cão real. Este tipo de movimento solto é muitas vezes visto um convite para se aproximar, brincar; um sinal social de que o cão com a cauda abanando não é uma ameaça ao outro cão.

 Por outro lado, um cão com a cauda perfeitamente parada não está emitindo esses óbvios sinais de “vem cá brincar”. Os cães de grande porte se aproximaram do cão robô com uma longa cauda parada com uma frequência significativamente menor: 74,4% do tempo.

Quando os pesquisadores trocaram a cauda longa pela curta, estas preferências desapareceram. Cães grandes abordaram o robô de cauda curta abanando com quase a mesma frequência que abordaram o cão com a cauda imóvel (85,2% e 82,2% das vezes, respectivamente).
 
Isso sugere que os cães eram menos capazes de discriminar uma cauda que está sacudindo brincalhona de uma cauda parada quando a cauda é curta.
A conclusão do estudo é que os sinais transmitidos por diferenças em movimento são mais eficazmente transmitidos pelos cães quando sua cauda é longa.
Os cães de grande porte também foram duas vezes mais propensos a pausar enquanto se aproximavam do cão de cauda curta, talvez usando esse tempo para tentar decifrar se deviam continuar se aproximando

Isso significa que os cães ficaram confusos sobre as intenções do cão robótico quando sua cauda era muito curta. Consequentemente, os cães que têm seus rabos cortados estão em uma situação similar – condição que provavelmente induz um estresse e incerteza significativos em suas vidas sociais.

Fonte: http://hypescience.com/por-que-cortar-o-rabo-de-seu-cachorro-e-uma-pessima-ideia/