Quando se
trata de insetos, muitos deles têm vidas bastante complexas. Chamamos esses
insetos, que vivem em sociedade, de “insetos sociais”. Diversas espécies de
insetos se destacam pela organização de seus indivíduos, sendo os mais
“famosos” as abelhas e as formigas.
Menos
conhecidos, os cupins, que pertencem à ordem Isoptera, também vivem em
sociedades altamente organizadas. Eles trabalham bastante, e em conjunto, para
o funcionamento da colônia.
Assim como
as formigas, os cupins usam bastante a boca durante as suas vidas, para funções
como cortar folhas. Ao longo do tempo, a boca (as peças bucais) desses insetos
se desgasta, perdendo sua afiação, e, consequentemente, os cupins mais velhos
se tornam menos úteis para a sociedade.
Ou essa era
a conclusão até pouco tempo atrás. Isso porque pesquisadores descobriram que os
cupins mais velhos podem ser tão úteis quanto os mais novos, só que eles mudam
de função: em vez de “operários”, se tornam “especialistas em arma química”,
para segurança de sua sociedade.
Com algumas
espécies de formiga, o mesmo ocorre: ao longo do tempo, as lâminas afiadas das
formigas jovens se desgastam, e elas tendem a mudar de função – de cortar
folhas a transportar as folhas cortadas por seus colegas mais jovens.
Mas o cupim
estudado pelos cientistas pensou em algo mais emocionante do que ser um mero
burro de carga: ser um suicida em prol da “pátria”.
Se alguma
espécie de cupim concorrente confrontar outra, os animais mais velhos vão
explodir, liberando uma substância pegajosa tóxica de suas costas.
Os
pesquisadores descobriram isso quando perceberam que um subconjunto de insetos
tinha listras azuis em suas costas, e eram muito mais propensos a romper
(explodir) e liberar uma substância tóxica ao menor estímulo de um cupim
inimigo.
Em seguida,
os cientistas notaram que as mandíbulas desses animais que explodiam mais
rápido estavam desgastadas pelo tempo. Conforme elas se desgastavam, a
quantidade de corante azul aumentava.
A conclusão
é de que a substância tóxica é lentamente produzida ao longo da vida do animal,
e se acumula gradualmente nas costas do inseto. A “gosma azul” liberada pelos
velhos é mais tóxica do que o líquido branco solto de cupins mais jovens, então,
valorizando seu “exército jovem”, os cupins preferem enviar os mais velhos “à
guerra”.
Do ponto de
vista evolutivo, como eles não trabalham tão bem quanto antigamente, explodir
em uma espuma azul muitas vezes é o máximo que eles podem fazer pela sua colônia.
Fonte: http://hypescience.com/cupins-idosos-se-transformam-em-bombas-quimicas-para-defender-cupinzeiro/
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